Morreram quatro crias de lince
Morreram quatro crias de lince
Ainda não foi desta que houve nascimentos com sucesso no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico de Silves. No espaço de mês, uma fêmea abortou duas crias, enquanto outra abandonou os dois filhotes logo após o nascimento.
A 28 de Fevereiro, duas crias foram abandonadas pela mãe. Após ter dado à luz, a fêmea ‘Biznaga’ abandonou a primeira cria. Apesar de o parto ter sido monitorizado pelos responsáveis do centro, o protocolo aconselha a que se espere pelo menos duas horas antes da intervenção para tratar linces recém-nascidos que não sejam bem recebidos pela mãe. Quando a segunda cria foi abandonada, a equipa do centro interveio rapidamente, mas já não foi possível salvar as duas crias, do sexo feminino, que faleceram pouco tempo depois. De acordo com a necropsia realizada em Espanha, os linces morreram devido a hipotermia (frio) e hipóxia (falta de oxigénio).
No dia 11 de Março, uma outra fêmea, ‘Fresa’, abortou duas crias antes do prazo previsto para o parto. Segundo os responsáveis do centro algarvio, a taxa de mortalidade perinatal das fêmeas inexperientes (como era o caso) é muito alta, rondando os 70%. "As expectativas desta época de reprodução em Silves não são muito altas, tendo em conta que o comportamento de abandono para estas fêmeas é comum, esperando-se uma elevada mortalidade neonatal", explicam.
Em Abril de 2010 já se tinha verificado algo semelhante. A fêmea ‘Azahar’, o primeiro lince ibérico a entrar no centro de Silves, foi mãe de duas crias no dia 4, mas, no espaço de 15 dias, ambas morreram "de forma súbita", por causas que não chegaram a ser determinadas. Foi a primeira reprodução de linces ibéricos em Portugal em trinta anos.